terça-feira, 17 de março de 2009

[I]CS

“É mais fácil amar o retrato. Eu já disse que o que se ama é a ‘cena’. ‘Cena’ é um quadro belo e comovente que existe na alma antes de qualquer experiência amorosa. A busca amorosa é a busca da pessoa que, se achada, irá completar a cena. Antes de te conhecer eu já te amava.... E então, inesperadamente, nos encontramos com rosto que já conhecíamos antes de o conhecer. E somos então possuídos pela certeza absoluta de haver encontrado o que procurávamos. A cena está completa. Estamos apaixonados”

Rubem Alves

É muito verdade o que diz esse texto. E ele por si só já diz muito, então não vou me preocupar em falar sobre isso. Apenas que estou então montando a minha cena. Será que todos nós montamos uma cena? Será que todos tem alguém que completa? Ou alguma coisa?
Existe alguém que será eternamente incompleto? Será que eu um dia vou me sentir completa? Eu nunca me sinto completamente satisfeita, porque acontece isso? E porque tantas perguntas?
...
Estou me sentindo insuportável hoje. Mas tô naquela inércia, a calmaria que nenhum ser humano gosta, por mais tranquilo que seja. Quem quer tanta tranquilidade assim, me diz? Ninguém. Eu então... es, tô sempre atrás de conflitos. Quando tá tudo calmo demais, fica entediante. Mas tenho que admitir que estou gostando dessa calma... essa tranquilidade. Nem eu me reconheço! Eu que sempre me preocupo tanto com "o outro" e esqueço de mim, enfim estou arrumando um lgarzinho pra mim na minha própria vida. Diversas vezes eu ouvi que faço um papel de mãe e pai aqui em casa, e quase nunca de filha. Quando eu ouvi isso, fiquei chateada... porque ninuém me pede isso, e eu tbm não faço de propósito: é meu. É a minha natureza... não dá pra mudar assim, pelo menos não até eu querer mudar. E enfim chegou a hora de fazer papel de filha... de sair sábado a noite e dormir na casa de uma amiga, de não acordar cedo pra fazer o almoço pra papai, de não ver as contas que tem que ser pagas. O meu maior medo, era de não fazer e tudo ficar de cabeça pra baixo. Mas quando eu comecei a trabalhar, não tinha mais tempo de fazer nada aqui... então, rapidinho deram um jeito de meu irmao ir pros cursos dele, pro futebol, de ficar em casa com quem, de estudar com quem. Então realmente, eu não tenho que fazer tanta coisa assim. Eita mania de achar que eu sou insubstituivel! Por isso que eu sofri tanto pra sair da Construwork, pq eu sentia que ninguém ia conseguir fazer meu trabalho. E ainda acho.
Mas parece que eu desamarrei tudo, e passei a ter coragem de me olhar e fazer alguma coisa que eu queira sem pensar no que os outros querem que eu faça.

E deve ser a reação da serotonina no meu organismo que mas estar tranquila assim, porque depois de ouvir tanta coisa da minha ex-sogra, eu devia estar perdida. Mas não estou.
Será que ter fé em Deus me faz mesmo sofrer mais com as coisas do mundo? Não consigo penar assim. Porque eu sou feliz assim, e eu sei o quanto estava sentindo falta de Deus... como o filho pródigo, que quando retorna à casa vê o quanto vale muito mais a pena estar com o Pai, enfrentar os sofrimentos, segurar a cruz e ir em frente, sem olhar pro que pode ser depois...
Eu não quero que ninguém me prenda, me impeça de ser feliz do meu jeito. A que ponto chegamos, de me criticarem porque eu confio em Jesus, e sei que Ele sabe o que faz. E mais que isso, a tranquilidade que eu sinto... é claro que não é só serotonina...!
Parece que soltaram as minhas asas, e eu posso falar com quem eu quero, ir onde eu quero, fazer do jeito que eu quero. Até pra Deus eu me sinto mais solta.


Bem, escrevi tanta coisa diferente... meu inconsciente deve tá bagunçado assim.
Aos poucos eu coloco as coisas no lugar...

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