terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

quem quase vive já morreu.

Quase
Ainda pior que a convicção do não,
é a incerteza do talvez,
é a desilusão do quase.

É o quase que me incomoda,
que me entristece,
que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.

Quem quase ganhou ainda joga,
quem quase passou ainda estuda,
quem quase amou não amou.

Se virtudes fossem mesmo meio-termo,
o mar não teria ondas,
os dias seriam nublados
e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina,
não inspira,
não aflinge nem acalma,
apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.

Preferir a derrota prévia
à dúvida da vitória
é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Para os erros há perdão,
para os fracassos, chance,
para os amores impossíveis, tempo.

Basta pensar nas oportunidades
que escaparam pelos dedos,
nas chances que se perdem por medo,
nas idéias que nunca sairão do papel
por essa maldita mania de viver no outono.

o que nos leva a escolher uma vida morna.
A resposta eu sei de cor,
está estampada na distância e na frieza dos sorrisos,
na frouxidão dos abraços,
na indiferença dos 'bom dia',
quase que sussurrados.

Sobra covardia e falta de coragem
até para ser feliz.
A paixão queima
O amor enlouquece
O desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos
para decidir entre a alegria e a dor.
Mas não são.

De nada adianta cercar um coração vazio
ou economizar alma.
Um romance cujo fim
é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque,
que a rotina acomode,
que o medo impeça de tentar.

Desconfie do destino e acredite em você.
Gaste mais horas realizando que sonhando...
Fazendo que planejando...
Vivendo que esperando...
Porque,
embora quem quase morre esteja vivo,
quem quase vive já morreu.

Luis Fernando Veríssimo


mais um dia estranho na minha vida.
mais um dia que, um dia, vai virar crescimento pra minha historia.
preciso voltar a viver.

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